Palestinos do norte da Faixa de Gaza relataram uma das piores noites de bombardeio israelense em semanas, após os militares emitirem ordens de evacuação nesta segunda-feira (30) nas cidades de Gaza e Jabalia. Pelo menos 38 pessoas foram mortas em ataques israelenses, disseram autoridades de saúde palestinas.
Tanques e soldados percorreram a cidade de Gaza, ao norte, enquanto aeronaves bombardearam pelo menos quatro escolas que abrigavam deslocados, após as ordens para que centenas de famílias deixassem a região. As informações foram apuradas pela agência Reuters junto a moradores.
No domingo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que, com a guerra contra o Irã, "novas oportunidades se abriram" para a recuperação dos reféns sequestrados pelo Hamas em outubro de 2023. Segundo a agência Reuters, acredita-se que 20 reféns ainda estejam vivos.
De acordo com a imprensa israelense, também no domingo, o Tribunal de Jerusalém concordou com um pedido feito por Benjamin Netanyahu para cancelar os depoimentos de seu julgamento, que estavam marcados para esta semana. O processo contra o premiê israelense começou em 2020, e ele é acusado de suborno, além de fraude e abuso de confiança em três casos. Netanyahu esteve pessoalmente no tribunal nesse domingo, junto com autoridades de segurança, para explicar as razões do adiamento. Neste final de semana, o presidente norte-americano Donald Trump chegou a escrever em uma rede social que não iria "tolerar" o processo da Justiça israelense contra Netanyahu.
Nesse contexto, em que EUA e Israel discutem mais um cessar-fogo na Faixa de Gaza, os ataques militares israelenses já somam mais de 56 mil palestinos mortos em quase dois anos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Quase toda a população de mais de 2 milhões de palestinos vive uma crise humanitária, segundo a ONU. Mais de 80% do território de Gaza tornou-se uma zona militarizada por Israel ou está sob ordens de deslocamento.
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