Pesquisa mostra impacto dos alimentos na qualidade de vida

Mais uma pesquisa científica comprova que o ditado popular “você é o que você come” deve ser levado a sério. E ainda complementa: o que você come pode definir seu tempo de vida saudável. O estudo inédito, publicado na última semana, mostra a relação entre os principais produtos consumidos no país e o impacto deles na saúde humana e no meio ambiente.

Pesquisadores da USP, a Universidade de São Paulo; da Uerj, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro; e da Universidade Técnica da Dinamarca estimaram o impacto de 33 dos alimentos mais populares no Brasil.

Para materializar essa relação entre consumo e saúde, foi utilizado um sistema chamado HENI, Índice Nutricional de Saúde. Essa métrica estima quantos minutos de vida saudável são ganhos ou perdidos conforme as características nutricionais dos alimentos, quando consumidos de forma contínua.

Na tabela do estudo, a bolacha recheada, carne suína e margarina se destacam entre os piores colocados. No outro extremo, o peixe de água doce encabeça os alimentos que contribuem para a longevidade.

As bolachas recheadas retiram mais de 39 minutos de vida saudável; seguida da carne suína, que retira 36 minutos; e da margarina com ou sem sal, com quase 25 minutos negativos. Já o peixe de água doce colabora com mais de 17 minutos de vivência com saúde; enquanto a dobradinha do feijão com arroz acrescenta pouco mais de 2 minutos de vida salutar.

Em relação ao impacto ambiental, foi analisada a quantidade de gases do efeito estufa e o volume de água utilizados nas porções dos alimentos produzidos. No geral, alimentos de origem vegetal, como feijão, arroz e frutas, alcançaram as melhores pontuações — enquanto os de origem animal, com destaque para a carne vermelha, apresentaram os maiores custos ambientais. Outro vilão identificado para o meio ambiente foi a pizza de muçarela, que demanda o uso de 306 litros de água para uma porção média de 280 gramas.